Você não precisa ser perfeito em 2025: Viva o novo!
Com a chegada de 2025, é comum sermos invadidos por um turbilhão de expectativas: o desejo de realizar metas, transformar aspectos da vida e, frequentemente, alcançar uma versão “perfeita” de nós mesmos. Porém, sob o olhar psicanalítico, essa busca incessante pela perfeição pode esconder armadilhas que nos afastam daquilo que realmente importa: viver de forma mais autêntica e integrada com quem somos.
Como já vimos anteriormente, na psicanálise, o conceito de superego é fundamental para entendermos por que muitas vezes nos sentimos pressionados a alcançar padrões inalcançáveis. O superego representa a internalização de normas e ideais culturais, funcionando como uma voz interna que dita o que “deveríamos” ser ou fazer. Em sua forma mais rígida, ele se torna uma força crítica e punitiva, gerando culpa e ansiedade.
O início de um novo ano, especialmente em uma sociedade obcecada por produtividade e performance, pode amplificar essa voz. Sentimos que precisamos ser melhores, mais fortes, mais bem-sucedidos — mas, na prática, essa exigência não leva à realização, e sim ao desgaste emocional. Em vez de nos conectarmos com nossos desejos autênticos, acabamos seguindo padrões externos que pouco têm a ver com quem realmente somos.
Freud nos ensinou que o ser humano é marcado pela falta, ou seja, pela impossibilidade de alcançar uma completude absoluta. É essa falta que nos move, que nos faz desejar, criar e buscar sentido. Quando nos libertamos da ideia de perfeição, abrimos espaço para aceitar nossa humanidade e, consequentemente, nossas imperfeições. Ele também enfatiza a importância de reconhecer e integrar as contradições internas. Ninguém é plenamente bom ou mau, forte ou vulnerável. Somos um mosaico de desejos, medos e potencialidades e ao aceitar isso, podemos viver de maneira mais leve e verdadeira.
Viver o ´´novo“ não significa apagar o passado ou reinventar-se completamente. Pelo contrário, trata-se de acolher quem somos hoje, com todas as nossas histórias, falhas e conquistas, e permitir que o futuro se construa a partir dessa base.
Esse novo ano pode servir para te trazer a reflexão de:
⚖️ O que realmente é o meu desejo e o que me sinto pressionado a fazer?
⚖️ Quais padrões não me cabem mais para abandoná-los?
⚖️ Como posso viver de forma mais autêntica, respeitando meus limites e celebrando minhas singularidades?
O que quero te dizer é que, em 2025 você não precisa ser perfeito. Afinal, a perfeição é uma ilusão que nos afasta de quem somos. Viva o novo como um espaço de possibilidade, onde cada dia pode ser uma oportunidade para acolher suas falhas, seus desejos e, acima de tudo, sua humanidade. Afinal, como dizia Winnicott, é no “ser suficientemente bom” — e não no ideal de perfeição — que encontramos nossa verdadeira força.
Feliz Ano Novo!!!




