Traumas históricos e o incosciente nacional

Essa semana, um paciente me perguntou por que ele tinha que estudar História, já que tudo aquilo já passou e hoje pensamos diferente. Ele tem 14 anos e, como muitos adolescentes, fica “cansado” de estudar coisas que parecem não fazer sentido. Mas já parou para pensar que a história do nosso país ajuda a moldar quem somos como povo e deixa marcas que continuam vivas até hoje? As guerras, a escravidão, as ditaduras… tudo isso deixou cicatrizes que ainda afetam nosso jeito de ser e de agir, mesmo que a gente não perceba. Carregamos essas marcas, mesmo sem ter vivido naquela época.

Essas marcas do passado aparecem de jeitos inesperados e influenciam nossos relacionamentos, nossas escolhas e até a maneira como nos vemos. O conceito de inconsciente coletivo ajuda a entender como essas memórias dolorosas passam de geração em geração, moldando nossa visão de mundo e o jeito que agimos. Os traumas históricos, em particular, deixam marcas profundas na nossa memória coletiva, afetando nossa identidade e como nos relacionamos com a gente mesmo e com o mundo.

Culpa coletiva, dificuldade em lidar com o passado, repetição de padrões que não fazem bem, desconfiança em relação a outros grupos… tudo isso é reflexo dessas marcas. Negar ou idealizar o passado são formas de evitar essas feridas, mas isso também impede a gente de construir uma identidade mais saudável.

Assim, educação tem um papel fundamental, promovendo o conhecimento histórico e o debate crítico. E aí está a importância de estudar História! Quando a educação conecta passado e presente e faz os jovens refletirem e debaterem sobre esses temas, a gente vai evoluindo e construindo uma sociedade melhor.